Informações sobre Raios X aos pacientes

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1 – O que são Raios X?

Os Raios X (usados em tomografia computadorizada, radiologia convencional, mamografia, entre outros) são formas de radiação, assim como a luz visível, porém com grande capacidade de penetração, podendo atravessar o corpo humano. Utilizando equipamentos e técnicas apropriadas, os Raios X podem produzir imagens das estruturas internas do corpo para verificar doenças ou outros problemas.

 

2 – Os Raios X diagnósticos podem fazer mal?

Geralmente não. A dose de radiação envolvida na maioria dos exames de Raios X, principalmente em técnicas digitais, é bem pequena. Os exames Radiográficos Odontológicos emitem doses ainda menores de radiação, quando comparados aos exames médicos em geral. A preocupação é com a repetição acentuada de exames.

 

3 – Qual é a dose de Radiação mais comum?

Dose de radiação é geralmente descrita usando a grandeza dose efetiva, expressa em milisievert (mSv). A dose efetiva representa a dose de corpo inteiro que causaria o mesmo risco de câncer causado por doses distribuídas a diferentes órgãos específicos do corpo. A dose efetiva estima o risco relativo entre diferentes procedimentos que utilizam radiação. Há diversas maneiras para descrever a dose de radiação, mas estas não são explicadas aqui.

 

4 – A radiação que recebemos de forma natural é diferente? Como?

Todas as pessoas são expostas à radiação do ambiente, como a radiação cósmica, radiação da terra, dos alimentos e até do nosso próprio corpo. Essa radiação (raios gama) é similar aos raios X utilizado no diagnóstico médico. Dependendo do local onde se vive, um indivíduo é exposto de 1 até 3 mSv por ano, sendo a média mundial de 2.4 mSv/ano. Há alguns lugares que os habitantes são expostos a 10 mSv/ano. Pode-se comparar essas doses com as doses de radiação envolvidas em exames de Raios X, como dadas abaixo.

 

5 – Todos os exames geram altas doses de radiação?

Não. Exames diferentes fornecem diferentes quantidades de radiação. O mais comum exame de Raios X é o de tórax (vista frontal – AP ou PA). Este fornece uma dose média de cerca de 0,02 mSv. No contexto da radiação que somos expostos de fontes naturais, esta é uma dose relativamente baixa. Na tabela a seguir há uma lista de doses de pacientes em exames radiológicos mais usuais.

 

SITUAÇAO DOSE MÉDIA  EFETIVA (msv)
Dormir uma noite ao lado de alguém 0,00005
Comer uma banana 0,0001
Raio X de um braço 0,001
Raio X Odontológico Intra-OraI de Todos os Dentes 0,005
Raio X Odontológico Panorâmico 0,01
Raio X de Torax 0,02
Tomografia Computadorizada Odontológica (FOV Médio) 0,15
Dose anual emitida geb potássio natural presente em nosso corpo 0,39
Mamografia 0,4
Radiação Natural (recebemos de forma natural anualmente – UNSCEAR 2008) 2,4
Limite Anual de Radiação para público em geral (Norma CN EN-N N-3.OI) 3,4 (Natural +1)
Limite Anual para Indivíduo Ocupacionalmente Exposto (Norma CN EN-N N-3.OI) 20

 

6 – Há um limite de radiação que eu possa receber?

Apesar de existir um limite anual de 1 mSv além do natural presente em nosso corpo (2,4 mSv), esse limite não considera as exposições por exames Médicos/Odontológicos. Pois geralmente nesses casos, os benefícios dos Raios x superam os prejuízos à exposição. O risco associado à radiação é considerado aceitável para a justificativa médica dos exames.

 

7 – Mulheres grávidas podem fazer exames com uso de Raios X?

Enquanto os benefícios clínicos forem maiores do que o potencial risco de exposição à radiação, nada impede o uso de Raios X na gravidez. Com equipamentos modernos, boa técnica e consciência em proteção radiológica, os exames de cabeça, pés, pescoço, ombros e até no peito podem ser efetuados com segurança durante a gravidez. Para outros exames, considerações específicas são necessárias. As mulheres devem informar aos profissionais da saúde que lhe atender sobre a gravidez ou a possibilidade de gravidez. Tendo tido conhecimento desta informação, para diagnósticos na região abdominal e pélvica, especialmente para procedimentos que envolvam altas doses (tomografia computadorizada e fluoroscopia), o profissional de saúde envolvido irá investigar benefícios e riscos.

 

8 – É seguro para as crianças serem expostas aos Raios X em exames de diagnóstico por imagem?

Não há restrições para o uso de Raios X em crianças, desde que o benefício clínico seja maior do que os potenciais riscos de exposição a radiação. Alguns órgãos das crianças têm uma maior sensibilidade à radiação do que os adultos. As crianças também têm uma maior expectativa de vida. Portanto, técnicas de imagem que não usam radiação ionizante devem ser consideradas como uma alternativa. Procedimentos radiológicos de crianças devem ser planejados individualmente e limitados ao que é suficiente para um correto diagnóstico.

 

9 – Quais são as vantagens das Radiografias Digitais?

São muitas as vantagens dos Exames Radiográficos Digitais em relação aos Exames Radiográficos Convencionais. A obtenção da imagem se dá mais fácil e rapidamente. Capacidade de ajustes e melhoramentos, permitindo um melhor diagnóstico sob as imagens. Facilidade de transmissão das imagens para os dentistas. Facilidade no armazenamento das imagens. E principalmente, a diminuição das doses de radiação no paciente.

Por Dr. Sérgio Elias Neves Cury

 

Referências bibliográfica:

Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN (1988), Diretrizes Básicas de Radioproteção. CNEN/NE-3.01, Brasil.

INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY  (http://rpop.iaea.org)

METTLER, F.A., HUDA, W., YOSHIZUMI, T.T., MAHESH, M., Effective doses in Radiology and diagnostic nuclear medicine: A catalog, Radiology 248 1 (2008) 254-263.

SOUZA, E.C. Radiologia Digital na Clínica Odontológica, Tese de Conclusão de Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 36p, Porto Alegre, 2011.

VELUDO, P.C. Efeitos da Radiação X e Níveis de Exposição em Exames
Imagiológicos, Mestrado em Saúde Pública, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, 2011.